Lord Byron

"Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida."

"Os espinhos que colhi, são da árvore que plantei."

"Ainda que tivesse que ficar só, não trocaria a minha liberdade de pensar por um trono."

"Não falo, não suspiro, não escrevo seu nome. Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo"

"Coma, beba e ame: o resto, de que nos serviria?"

"Hoje é dia de vinho e mulheres, alegria e risadas. Véspera de sermões e muita água mineral.”

A vida é como o vinho: se a quisermos apreciar bem, não devemos bebê-la até a última gota.

“Quem ama mente.

...e a última, mas não de menor importância...

“Nada escrevi que prestasse até que comecei a amar”


Como faz mal ao sonho concebê-lo!

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres,
Então livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança há de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa - Poemas Esotéricos

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O dia que o amor morreu



Hoje meu dia acabou.
Era tarde. Ensolarada tarde de outono.
E meu inverno chegou mais cedo.
O frio que me corta a alma esta tarde é visível a olho nu.
O vento gélido que soprou meu coração foi o vento que atirou minhas sementes mal plantadas, e que agora estão sendo colhidas.
Uma vez certo homem falou que atirassem a primeira pedra, erguessem o braço, aqueles que jamais pecaram...
E o vento frio levou – lhe também as palavras...
Hoje meu dia dissipou.
Me resta agora fluir de acordo com este vento, esta brisa, esta dor...
Dói.
E a ferida cicatriza...
Um dia vou esquecer que este meu dia se esvaiu...
Que este dia se foi, sem ter vindo...
Que ainda neste dia te adorava...que ainda neste dia te esperava...
Um dia, quem sabe, o éter que está no tempo, amorteça a dor que me causou seu descaso por meu amor...
Quando a esperança se esvai como água de rio contra o mar é maremoto.
O corpo inerte segue a esmo na terrível vontade de reencontrar o que foi perdido...
E quem perdeu?
De quem foi a culpa?
O que é o medo se não o inimigo do sonho? Do desejo...
O que é a vaidade se não a vontade de ser o que se é mas se tem receio de o ser?

Foto minha


No fundo do meu pensamento existe uma janelinha
Escondida e pequenininha
Onde eu guardo com alegria
Uma imagem sua e minha
Essa imagem tem vida, tem dom e é bonita
E cada vez que a história passa, a imagem passa junto
Muda cor e assunto. E vai sempre mudando tudo
Mas o problema, um detalhe
É que essa foto é somente minha
E você, dela não sabe
Que você mesmo nela habita
Mas o dia chegará, e você dela saberá
E dela irá se alimentar
Como eu sempre me alimento
E meu desejo será real
O meu sonho quer ser liberdade
A verdade que quero viver
O meu amor é lealdade
Felicidade que eu quero crer

Tiê

Depois do Amor...



Depois do amor, os teus olhos são duas crianças cansadas de brincar.
E, depois do amor, sua mão está pousada em meu ventre, como flor esquecida por um acaso...
E durmo...
E parece que meu corpo saiu de mim por um instante mágico, e eu fiquei imersa numa utopia que, a qualquer momento pode se dissipar...
É uma questão de minutos, segundos...
Se foi.
Ao sonho que parece vir chegando dentro em mim, sua face rósea se enrosca em meus cabelos e, por um milésimo de segundo, minha mente se esvazia e meus olhos vagam a esmo...
O sabor da pele, o desejo das mãos, que ardem ao menor toque...
Na sutileza do carinho, meu ser torna-se seu ser.
Você em mim, um só, nos perdendo do mundo, da ilusão, do vazio entre nós dois...
Desperta, meu vazio volta sem você aqui.
Mas tenho você guardado em mim.

O que importa?


Eu quero estar sempre assim
Perto e segura no seu olhar
Sem medo de amar
Um dia este calor que é a fonte do meu querer
Será sempre teu!
E o medo vai dar lugar a felicidade
Porque
Quero te amar!
E o que importa é ser feliz
Vem e me diz que é pra vida inteira!
Que o meu viver é só teu
E não importa o que pensarem sobre nós
Eu não vou desistir
Porque um dia eu sei
Que você vai me dizer
Sim

Tiê - 30/5

sexta-feira, 28 de maio de 2010


Na Antiguidade havia um velho sábio que passava a vida a dar conselhos bons para os desesperados e também havia um jovem muito descrente, que não acreditava ser o velho um sábio.
Certo dia este jovem pensou:
"Vou pegar aquele sábio e provar a todos de que ele engana e de que ele é nada sábio."
Capturou então um passarinho e, com ele numa das mãos, foi ter com o velho.
Seu plano era dizer ao velho que ele tinha em mãos um passarinho e o velho teria de adivinhar se este estava vivo ou morto. Se o velho respondesse vivo, o jovem esmagaria o passarinho o apertando na palma da mão, todavia, se o velho respondesse que este estava morto, o jovem o soltaria e o passarinho voaria.
De qualquer maneira, pensou ele, enganarei o velho.
Chegado perto do velho o rapaz vociferou:
"Velho sábio. Tenho em minha mão um pássaro e quero que você me responda se este está vivo ou está morto."
O velho sábio então olhou bem no fundo dos olhos do jovem e disse:
"O FUTURO DELE ESTÁ EM SUAS MÃOS"

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A força maior


A existência de uma força que desconhecemos se torna presente em nossas vidas quando amamos.
A paixão surge em nós como um amuleto de paz, como uma ânsia feroz de estar, ter... Em nós mesmos o sentimento.
A alegria de estar perto faz querer ficar o mais perto possível, como se fosse permitido invadir o espaço, o físico, a massa.
É um olhar que transborda em lágrimas sinceras de realização, emoção, carinho e admiração
Um envolvimento inexplicável entre dois corpos sedentos deles próprios, enrolados em si mesmos.
E um etéreo êxtase invade a alma como se a mente pudesse explodir...
Será a realidade efêmera?
Tal qual um sonho pode ser real?
Serão as chances amargas e doces no exato ponto entre a partida e a chegada?
A saudade traz sempre o semelhante entre a dor e a alegria. Queremos sentí-la.
Precisamos sentí-la. Precisamos tanto que quase a apalpamos, vemos, solfeja mo – na...
Porém nossa insanidade é tamanha que libertamos a paixão.
Deixa mo – na ir embora, talvez por um dia, talvez por uma vida...
Por que a força que existe dentro de nós anseia pela felicidade do outro mesmo sendo ela causadora da nossa dor...
Essa força, que engrandece o ser amante, chama-se mesmo só amor.

Tiê - 27/05/2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Águia




História da Águia é bem conhecida, mas vale a pena uma constante reflexão. A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Aos 40 anos ela está com:
• As unhas compridas e flexíveis, não conseguem mais agarrar as suas presas das quais se alimenta.
• O bico alongado e pontiagudo se curva.
• Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das pernas, e voar é tão difícil.
Então a águia só tem duas alternativas :
• Morrer
• Ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar.
Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas.
Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.
E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

O que você escolhe?

O Precipício


Jamais estive tão perto de um precipício como agora.
O sentimento do erro misturado à vontade do fazer e a luta interior de não saber como.
O passado traz sempre a lembrança do que me foi roubado...
Ou que por mim tenha sido mesmo perdido.
Não há quem culpar.
O tempo é hábil e corrói o autocontrole assim que volta com a certeza do novo velho sentir...
Os medos causados pelo novo, pelo efêmero, são incontroláveis quando se tem assim, pouca idade...
Era menino e os fatos aconteciam sem que pudesse prever...
Sou gente grande!
Agora é pior. Os fatos continuam acontecendo sem prévio aviso, porém não com o mesmo curso natural da inocência infantil, mas com o receio da dor que criamos para nós mesmos, pois não sabemos o que está por vir.
A comodidade dos acontecimentos cotidianos toma mais valor que a novidade da descoberta, mesmo que seja a descoberta de si próprio, que é o mais difícil de retomar...
Há tempos meu amigo imaginário foi pastar em outros campos, deixando-me vazio e sem rumo por algum tempo... Sem se dar conta que ainda anseio sua volta.
Ah! Como era mais simples viver com ele ao meu lado.
Daí, vamos crescendo e ter um amigo a vida toda não faz parte do mundo adulto...
Por isso ele tomou o trem.
Tudo na infância, quando me recordo, era fácil.
Cheguei a ter dez primeiros amores infantis, cada um a sua maneira platônica de existir.
Sinto falta deles também.
Era simples de conduzir um amor assim. Não me era cobrado nada e muito menos eu os cobrava de algo.
Minhas realizações vinham de meus sonhos, por isso não esperava nada. Até por que, nada queria...
Mas não se para de crescer ai. Continua-se crescendo e crescendo e daí em diante os sonhos se tornam pesadelos por querermos realizá-los. É aqui que o curso natural se perde. Aos dezessete anos.
Queremos ser nós mesmos ainda, mas os outros querem que sejamos outra pessoa que não nós, porém nem Gandhi, muito menos Mussolini.
Ninguém explica a matéria e cobra a resposta e, é ai que ele faz falta. O Zé. Ou seria Joaquim?
Qual era o nome dele? Do meu amigo imaginário? O tempo levou. Escondeu dentro das minhas aspirações de voar quando criança...
Mas é claro, isso tudo passa. As espinhas também. O tempo ajuda nisso.
E volto para cá, ainda sem entender por que me coloquei de frente ao precipício... Ao desconhecido...
Sendo franco, não é um desconhecido não explorado, sim esquecido, ou abdicado.
Mas sou eu que vou ao precipício! Ele não anda!
Se eu fosse criança, pularia nele.
Ai é que me pergunto. O que mudou?
O medo? A responsabilidade? A comodidade? Ou eu perdi a prática?
Vou me aproximar dele. Do precipício.
A queda é alta.
Se eu pular poderei-me “estabacar” no chão.
Se eu não pular, não saberei.
Sozinho é difícil decidir.
Uma voz me diz: Pule! – mas não se engane, não é meu amigo de outrora, sim minha velha amiga Paixão.
“Pule!” – grita outra vez.
Pulei.
A queda livre me estremece o corpo e aquela sensação infantil ressurge com tanta intensidade que parece nunca ter ido.
O chão está mais perto de mim.
“Vou virar pasta nesse chão. Tapete de sala de estar...”
Envolto nesses pensamentos mal percebo o chão.
Não chego ao chão.
Não cheguei nem perto do chão.
Quando a Paixão gritou: “Atire-se do precipício” logo me empurrou e pulou ao meu lado...
Quando pensei estarmos caindo, voamos.

Hábitos por Atitudes

Algumas lições só aprendemos quando percebemos a importância de um sorriso, um momento, uma paixão.
Temos o hábito de lamentar sempre pelas coisas que ainda não conseguimos e nos esquecemos de sorrir diante das coisas que temos nas mãos.
Temos o hábito de nos espelhar no passado, inclusive no passado infeliz ao invés de nos espelharmos no passado feliz.
Aliás, o passado é passado.
Temos de viver o presente, porque o futuro é incerto e não sabemos em que beco ele pode nos levar.
Temos o hábito, e péssimo hábito, de sentir pena das pessoas, porque esta pessoa está sofrendo ao nosso lado. A pena que sentimos não vai ajudar a melhorar em nada a dor do outro, simplesmente irá nos fazer sofrer junto com esse outro.
O sentimento de dó não nos serve de nada para sermos felizes. Este sentimento só traz culpa e remorso para quem o sente.
Temos de dar espaço para a alegria e para felicidade, pois para ajudarmos um coração sofredor, precisamos estar bem conosco.
Temos hábitos, péssimos hábitos... Hábitos demais e, isso nos faz esquecer-nos das aventuras.
Temos que tomar não hábitos, e sim atitudes, como se jogar de cabeça numa relação. Ou beber com amigos que acabamos de conhecer e que serão nossos amigos pro resto de nossas vidas.
Temos que esperar que tudo que queremos irá acontecer, porque está acontecendo nesse momento, estamos vivendo, sentindo, amando, sorrindo...
Temos que crer que estaremos sempre juntos, mesmo que a vida nos separe.
Temos que aprender que a distância de um continente a outro está no desejo.
Temos que viver com a coragem de uma criança quando diz a verdade, mesmo sabendo que será castigada.
E dizer a alguém que ele significa muito pra você. Porque não somos um todo sem você.
Porque Eu sou nada sem você.
Porque o momento passa, a vida corre junto ao relógio, mesmo quando perdemos a hora e Eu não posso perder nenhum minuto que a história me deu para estar ao seu lado.
Em uma das bifurcações da estrada estão guardados os meus segredos.
E para escolher a estrada certa, é que estamos juntos nessa jornada.


Tiê - 26/05/2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Luxuria


Não diga nada. Deixe-me beijá-lo.
Quero sentir seu verdadeiro gosto, seu perfume.
Que grande ópera soará nossos úmidos gemidos.
Mas, não espere que sejamos aplaudidos pelo quadro na parede ou pelo criado-mudo perto do nosso mundo ardente.
Agora, vou te mostrar os segredos do meu universo.
Estou apenas só. Quero o teu amor.
O teu louco e exótico amor...
Quero sentir sua úmida boca e seu corpo molhado junto ao meu.
Quero sentir o maravilhoso subir e descer do teu corpo e tuas maravilhosas mãos o acariciando todo.
Vou perder o fôlego e ficar louca.
Talvez eu possa te enlouquecer também, e é, justamente, isso que eu quero.
Pelado, molhado, suado, tarado, pecado?
Quão doce pecado esse?
Base do meu desejo e da minha perdição?
Uma noite de amor é o que mais desejo agora ter com você.
Dormir e acordar nos teus braços.
Ter com você o que há de mais gostoso nesse mundo de amor e de prazer.
Corações acelerados e palavras sussurradas baixinho em meu ouvido...
Com um longo som da noite...

Tiê - 25/05/2010

Terceira Perna



Ontem perdi minha terceira perna. Apaixonei-me. Descobri que preciso de duas pernas só, para caminhar. Minha terceira perna me fazia um tripé preso ao chão. Mas fiquei perdida. E isso é ótimo... Todavia, é difícil caminhar sem saber se há uma saída. Por que temos que fazer tudo pensando num jeito de sair? Por que não podemos só Entrar?
Se tiver coragem, me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo, e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? E, no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? Como é que se explica que eu não tolere ver, só por que a vida não é o que eu pensava e sim outra – como se antes eu tivesse sabido o que era!

Tiê - 24/5/2010